Raabe e Você Capítulo 8

“Eis que faço uma coisa nova”

Se você deu o primeiro passo e se perdoou, estamos prontas agora para continuar nessa jornada.

Você não pode viver o seu presente e o seu futuro em função das marcas que ficaram como resultado desse abuso. Isso nada mais é do que permitir um abuso diário ao seu emocional. Olha, você hoje não sofre mais a violência; ou se sofre, já entendeu que há formas na lei (e através de organizações como o Projeto Raabe) de colocar um fim à situação.

Porém, você ainda pauta a sua vida em função do que aconteceu. Vamos fazer um exercício? Levante aí onde você está e comece a andar para frente, mas vire a sua cabeça, olhando pra trás. Tentou? Bateu em quantos objetos na sua sala ou quarto? Se fisicamente não funciona, muito menos na pratica da vida.

Quanta oportunidade não perdeu por ficar lembrando o que aconteceu no passado: alimentando complexo de inferioridade, dizendo que outras pessoas têm mais condições, pois nunca passaram pelo que você passou; convencendo-se de que nunca vai encontrar um homem decente para construir uma família e de que sua família nunca vai te aceitar?

Talvez você nem consiga sair para uma entrevista. Você até vai à igreja, de repente tem até uma responsabilidade ali; você crê em Deus, mas não se vê com um futuro feliz, pois a base de tudo que faz hoje é o seu passado.

Você não planeja um futuro, não em todas as áreas de sua vida, porque o que rege a sua mente é o seu passado. Como apagar as imagens cauterizadas na sua mente, ou as marcas que ficaram no seu corpo ou na sua alma? Como viver Isaias 43:18-19? De repente você já sabe esses versículos de cor, mas na prática não consegue viver essa novidade de vida.

Primeiro você tem que querer mudar sua mentalidade – se é para acontecer, depende só de você. Segundo, uma vez que decidiu encarar a mudança, você tem que trazer um desfecho ao ocorrido. Semana que vem vou falar sobre esse “The End”, mas só vai funcionar se você praticar o primeiro passo: Querer.

Procurador-geral do estado de São Paulo e Raabes

As sobreviventes merecem apoio

                               Dr.Sergio Turra,Marilene, Dep.Gilmaci,Ana,Dra.Talita,Dr.Mario Rosa, Carlinda e Débora

Com o objetivo de ajudar as vítimas que sofrem violência doméstica, o projeto Raabe visita o procurador de justiça Mario Fernando Elias Rosa com carreira no Ministério Público, há 25 anos procurador-geral de gestão, junto estava Sérgio Turra Sobrane, promotor de Justiça da Cidadania da Capital que acompanhou a conversa.

O procurador-geral é Chefe do Ministério público estadual, responsável pelas ações de improbidade administrativa contra o governo e responsável pelas ações criminais contra deputados e prefeitos.

Segundo Márcio Fernando, em abril o MP criou núcleos de apoio e atuação com procuradores de justiça para a aplicação da Lei Maria da Penha em São Paulo.

O líder do PRB da Assembleia Legislativa, deputado Gilmaci Santos, acompanhou as voluntárias do Projeto entregando, primeiramente,  o livro do Bispo Edir Macedo “ Nada a Perder”,  passando a palavra à Carlinda onde entregou o release institucional do Projeto Raabe, dizendo: da teoria se passa a uma ação prática, buscam as vítimas nas delegacias convidam ao projeto e oferecem um suporte profissional e espiritual, um caminho que desperta a esperança, já que a agressão as diminui e humilha o seu valor dentro do lar.

O procurador é gentil e muito simpático; diz que projetos assim fazem a diferença e valorizam a família, já que é visível na sociedade a violência doméstica e familiar. Ele acredita no papel de articulação e parceria com a sociedade e deixou as portas abertas.

Falou também de um centro de apoio onde podemos visitar, dirigido por promotoras que dão assistência às vitimas. Ele não acredita em ação individual; o Projeto resulta da ação de todos nós;  o mais decisivo papel da Procuradoria-Geral de Justiça sempre será o de atuar em comunhão com todos.Um aprendizado, pois também assim acreditamos na força de Deus e, em parceira e união, vamos alcançar uma sociedade menos agressiva  buscando sempre combater o bom combate.

Projeto Raabe com a primeira dama do estado

 

Dona Lu Alckimin, generosamente, recebe no Palácio dos Bandeirantes as voluntárias do projeto Raabe e conversam sobre a violência doméstica e familiar.

Revelou-se uma mulher meiga, palavras sinceras, muito solidária. Acredita na capacidade transformadora do ser humano.

Atentamente ouviu cada palavra mencionada por Carlinda, onde apresentou o projeto na íntegra. Néia mostrou as dificuldades das delegacias onde, semanalmente, se fazem visitas às vítimas. Sentiu-se honrada pela iniciativa do projeto e acolhimento às mulheres que sofrem a violência. Abriu as portas dos cursos de capacitação para incentivar as sobreviventes do Projeto Raabe, onde, dentro do palácio, já existem em benefícios a pessoas menos favorecidas. Padaria Artesanal, escola de qualificação: Moda, beleza e construção civil.

Ficou feliz em receber o Livro da Mulher V da autora Cristiane Cardoso e idealizadora do Projeto. Disse que gosta muito ler.

Também Carlinda entregou o “Flor de Jabuticaba” (poesias), de sua autoria, e agradeceu o carinho com que recebeu o Projeto Raabe. Colocou-se, também, à disposição, pois ela nos informou que iria passar as professoras, para apresentar o Raabe caso tenha alguma vítima precisando desse apoio, já que duas vezes ao mês, no Brás, acontecem reuniões em favor dessa causa.

Em seguida fomos falar com Rosemary Corrêa, (Delegada Rose) que é subsecretária de assuntos parlamentares, muito simpática ficou encantada e disse: Contem com nosso apoio e já estão convidadas a palestras referentes à violência doméstica.

O deputado Gilmaci Santos acompanhado de sua esposa Ana, que também é voluntaria do projeto Raabe, acolheu o projeto na assembleia legislativa e marcou esse encontro para fortalecer e abrir portas em ajuda a toda ação que o Raabe vem desenvolvendo para beneficiar as mulheres sobreviventes que participam rompendo o silêncio.

APRESENTADORA LUCIA AMARAL COM RAABES

Uma tarde de entrevista e esclarecimento para as ouvintes referente à Lei Maria da Penha no programa “Mulher em Dia” AM 1000, radio Record (semanal) apresentado pela segura voz de Lucia Amaral.

Carlinda (Coordenadora do Projeto Raabe) levou conhecimento e ajuda a mulheres que sofrem agressão passando experiências e o cuidado que tem tido com esse delicado tema.

Ouvintes chamaram por telefone e ao vivo debateram algumas questões onde elas afirmam, a lei existe, mas a realidade é que quando chegam à delegacia da mulher, esquece-se de pedir representação criminal, uma porque não sabem outras porque voltam atrás. Outras porque se cansam de esperar e perdem a paciência, pois são varias mulheres esperando o atendimento.

Nas reuniões do projeto Raabe elas recebem do corpo profissional ajuda necessária para esclarecer, e de alguma forma animar-se para seguir no caminho certo e quando chegar a uma delegacia já está capacitada para dar continuidade à decisão que escolheu.

Todo processo leva seu tempo, mas a determinação é tudo, é quando as portas que as recebem duas vezes ao mês previnem, educa, emprestam seus ouvidos e abraça a sua causa mostrando historias de superações e fazendo essas mulheres entender que elas não estão sozinhas nessa batalha.

Lucia, muito gentil abriu esse espaço e muito contribuiu no programa que ela dirige, toda semana com sua doçura e animação trata de muitos temas que tem ajudado a muitos ouvintes.

Dra. Ana Lee (advogada) e voluntaria do projeto Raabe respondeu a toda pergunta e de uma maneira direta e com muita simpatia esclareceu pontos, onde os ouvintes ficaram a vontade para perguntar. Quando elas chegam à delegacia da Mulher, ela já esgotou todos os recursos, e a única maneira de salvar-se é denunciando, pois em toda agressão há casos de morte.

No projeto Raabe uma vez que essas mulheres se aproximam, deixam de serem vitimas para serem sobreviventes, pois no grupo o único objetivo é ajuda-las, cuida o lado físico e o emocional, e as acolhem para que se sintam livres.

Raabe e Você/Capítulo 7

Hérois de Guerra

O pior mecanismo de autodefesa é assumir uma culpa que você não tem; desencadeia pena. Temos a nossa melhor aliada: nós mesmas. Se nós estamos em paz com nossa consciência, enfrentamos o mundo, mas quando nossa melhor aliada é a primeira a nos apedrejar, cadê a força para vencer os outros?

Alguém lhe critica, humilha, decepciona, mas na sua mente você sabe que aquilo que a pessoa diz não é verdade…lembra que falamos da inteligência? Então, com a inteligência você raciocina, se arma de forças para repudiar o ataque e se levanta. Mas quando você é quem procura argumentos, justificativas e emoções para se autodestruir, não encontra essa força para lutar, pois se apoia em uma mentira.

Pela lei, um ato sexual, concretizado ou não, é considerado estupro se não for consensual. Houve concordância com o ato ou violência praticada? Não! Então tenha coragem de admitir o óbvio: você não pode se culpar pelo que ocorreu! Se pensa que assumindo a culpa e procurando esquecer faz um bem a si mesma, engana-se. Prova disso é que ainda não conseguiu vencer o problema.

Imagine dois extremos da sua mente: direito e esquerdo. Se os dois hemisférios do cérebro não estiverem em sintonia, o corpo físico entra em disfunção. Obviamente seu emocional vive em disfunção se metade de você procura se erguer e a outra metade se condena.

João trouxe uma grande revelação: porque se o coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas*. Hoje você se tornará um “herói de guerra”, usará de toda a sua coragem e se perdoará por aquilo que não fez. O que adianta todo o nosso esforço, o amor de Deus, o apoio dos homens, se você não se perdoar? *(1 Joao 3:20).

Fale com Raabe escrevendo para: raabevoce@yahoo.com

Maceió, um ponto de esperança contra a Violência Doméstica

A violência está em todas as partes, muitas mulheres  buscam as delegacias para denunciar, já esgotaram os recursos  mas não perderam a esperança de uma mudança. Neste cenário, o Projeto Raabe tem avançado, se posicionando como uma porta aberta. Em Maceió, Alagoas, mais uma dessas portas foi aberta para o resgate de mulheres que sofreram ou ainda sofrem a violência doméstica.

Nas ruas, o grupo fala do projeto, que tem tido grande aceitação entre as convidadas. A cada encontro, há uma novidade para animá-las e encorajá-las a ir adiante. As queixas são muitas. Uma das maiores fraquezas é a bebida, que distorce as palavras e leva os agressores a ofendê-las de maneira vulgar. Muitas vezes as palavras doem mais do que socos, causando agressão moral.

Mônica Vaz, responsável pelo braço do Projeto Raabe em Maceió, afirma: “Ainda somos poucas, mas a vontade de ajuda-las é grande. Estamos prontas para orientar, tirar dúvidas e combater a violência, seja física, psicológica ou moral. O grupo está unido com o objetivo de ajudar na transformação dessas vidas”.

Combatendo a violência, o Projeto continua a se estender pelo Brasil, se espalhando como pontos de luz, trazendo nova esperança às mulheres que vivem na escuridão da violência doméstica.

Raabe e Você/Capítulo 5

A Batata Quente ou Será o Bode?

Se você tem uma situação que não sabe como resolver, o que faz? Passa a batata quente para outro, ou procura um bode expiatório para justificar o problema. Parece familiar? Não? Mas é assim que a sociedade e nós, seres humanos, agimos.

Qualquer forma de abuso é um assunto polêmico e de dimensões gigantescas. Por mais que se tente resolver, prevenir, conscientizar, os resultados são mínimos. Logo, o que fazer? Dar nomes ao bode expiatório!

Quantas vezes você ouve comentários ou perguntas do tipo: “O que você estava fazendo naquele lugar àquela hora?” “Vê se isso é roupa que se use!” “Ah, você com certeza se insinuou para ele.” “Tinha que ter respondido ao seu marido quando ele estava bêbado?” “Você também, fica conversando com estranhos na rua!” E aí, você que foi abusada, automaticamente se cala, porque teme ouvir mais uma vez algo parecido; prefere então escutar a própria voz, que vem carregada de medo, melancolia, vergonha, dor e culpa.

Lá dentro, essa voz fica falando: eu devo ter feito algo errado mesmo para merecer o que aconteceu. Melhor será carregar calada essa culpa – eu já perdi mesmo o valor – do que ter que ouvir outros me acusando.

Assumir a culpa nada mais é do que um mecanismo de autodefesa: se eu me acusar, quando alguém mais o fizer não vai doer tanto. Porém, amiga, me responda com sinceridade: qual é a culpa que tem uma criança abusada dentro do conforto de seu próprio lar por alguém que, até então, lhe foi introduzido como família?

Se você não pode culpar aquela criança, por que então tem se culpado? O problema em questão não é a sua pessoa, mas o abuso. É preciso coragem para assumir a culpa por algo que não se fez, mas semana que vem vou rasgar o verbo sobre um ato de maior coragem: ver os fatos como são. Encontro você aqui.

Fale Comigo: raabevoce@yahoo.com

Projeto Chega em Campo Grande/MS

 

Rompe-se o silêncio na cidade de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul e começa o Projeto Raabe.

Cíntia Ferraz e sua equipe recebem mulheres que sofrem violência domestica e apresenta essa novidade como forma de ajuda e orientação, buscando resgatar a dignidade e levar aos lares uma esperança de mudança.

Dia 22 de Julho à tarde as Raabes participaram com um chá, marcando a abertura de mais uma porta para cuidar das mulheres que sofrem violência domestica. Por medo e vergonha elas se fecham, muitas entram em depressão, esquece-se de si mesmas e passam a viver guardadas em seu próprio silêncio. O Projeto Raabe empresta os ouvidos, oferece palestras onde são tratados os temas por profissionais e uma palavra de fé é dirigida para alimentá-las espiritualmente.

Na oportunidade, a tenente Natali Rocha realizou uma palestra, orientando as mulheres sobre a violência doméstica e os direitos assegurados pela lei Maria da Penha.

Cerca de 100 mulheres participaram e entre elas havia uma “sobrevivente”, a Sra. Divina. Ela foi vítima de violência doméstica por 45 anos e relatou que sofreu todo esse tempo porque não teve coragem de denunciar seu marido. Após a morte do agressor, Sra. Divina conheceu seu atual esposo, Sr. Silvio, um homem que a ama e, principalmente, a respeita.

Houve um momento de descontração com um sorteio de brindes e a distribuição do livro A mulher V. Ao fim do encontro, foi servido um delicioso chá da tarde para as convidadas.

Tudo tem contribuído a preencher o vazio, e quando gritos vazios não solucionam, entra na vida dessas mulheres o Projeto Raabe, com uma nova forma de romper o silêncio e acabar com as agressões. 

Raabe e Você/Capítulo 4

O Espelho

E então, você conseguiu ver sua beleza?

Esse foi um exercício muito difícil para mim, pois não me achava bonita e isso me trazia uma apatia por me arrumar. Usava peças bem básicas, cores neutras. Para mim, não havia roupa que pudesse me ajudar. De mais a mais, para que me arrumar, chamar a atenção das pessoas para minha aparência? Para ser abusada por outros?

Admirava mulheres elegantes, cores vibrantes, mas aquilo não era para mim. Tinha que buscar valor de outra forma. Então me entregava completamente aos estudos. Era a primeira da classe. Ninguém podia imaginar o que eu passava, pois camuflava fazendo mais, fazendo o melhor.

O espelho era meu inimigo, como tem sido para você; mas buscar a perfeição no que fazia isso sim me consolava. Tinha uma necessidade de me exceder em tudo, provar que podia que não havia nada difícil que não aprendesse ou fizesse. Apesar dos elogios e das medalhas, ainda me sentia sem valor.

Era fechada e esperava muito pouco das pessoas para evitar decepção; achava que se merecesse um bom dia, já era muito. Eu tinha que me superar em tudo para me qualificar diante das minhas colegas. Se eu fosse a competente, despertaria algum interesse das demais e pelo menos me respeitariam.

Enquanto isso, em casa, sofria; e o medo de falar algo e desapontar meus familiares me consumia. Era filha de mãe solteira e achava que viva ali pela misericórdia deles. Tinha que manter a aparência, tinha que sufocar a minha dor.

Conte Comigo,

Meu contato: raabevoce@yahoo.com

Resgate no Largo da Concórdia

Uma manhã brilhante, no dia 14 de Julho, e cheia de luz, os grupos Raabe e Ester saem a convidar mulheres que sofreram ou sofrem violência doméstica.

O largo é um lugar de muito movimento, um comércio bem extenso e muitas pessoas param para descansar e apreciar o evento no Largo da Concórdia.

Todas com rosas nas mãos e a lei Maria da Penha, onde a curiosidade começou desde que saíram da Av. Celso Garcia. Aproveitando a caminhada, foram observando os olhares e logo chegando começaram a conversar e apresentar o projeto Raabe.

A expectativa era grande e não foi diferente, pois muitas se identificaram que estão sofrendo vários tipos de agressão. Uma não conteve as lágrimas e chegou a desabafar e até dizer: “Precisava que alguém me ouvisse”.

Cada 5 minutos, já está comprovado pela mídia, mulheres sofrem violência dentro de casa e uma observação feita pela d. Lilian do grupo Ester: Em quase uma hora eu conversei com cinco mulheres e todas estão passando essa dificuldade.

O projeto vai avançando, pois sair nas ruas e praças, uma vez ao mês, já se tornou um evento para o grupo; com seriedade todas têm cuidado das convidadas que chegam por primeira vez e acolhido tanto no lado psicológico quanto emocional.

Raabe e Você/Capítulo 3

Eu Admiro…

Espero que você não tenha desanimado de ler as nossas postagens por pensar que não estou em sintonia com a realidade ao falar que você é linda.

Você deve ter pensado: “ela não me conhece, por isso fala assim”. Você esta certa; eu não lhe conheço ainda, mas me conheço e a outras tantas amigas que passaram pela mesma situação. E vi em cada uma delas uma beleza indescritível. Contudo, de nada adianta eu ver sua beleza, mas você não enxergar ou aceitá-la.

Esta semana quero lhe ajudar a descobrir a sua beleza. Eu quero que você pense em três partes do seu corpo que você aprecia. Não olhe o conjunto, procure somente três, isoladamente: talvez os seus olhos, talvez as suas mãos, seu cabelo, sua voz, unhas perfeitas. Comece a contemplar essas três partes.

Eu vou lhe dizer uma parte que mais me chama atenção em você: sua inteligência. Apesar de tudo o que aconteceu, das consequência, das marcas, da dor, a sua inteligência não se rendeu.

Você tem discernimento do que é bom e ruim, bonito e feio, agradável e desagradável. E através da sua inteligência, você vai aprender a reconhecer a sua beleza e o seu potencial – é o motivo de eu admirar isso em você e em todas aquelas que um dia sofreram abuso.

Podem lhe roubar a dignidade, a autoconfiança, o valor que se dá à vida, os sonhos, o futuro mas não podem lhe roubar a inteligência. E através dela você sabe que existe o amanhã; através da sua inteligência você poderá construir uma vida melhor; através da sua inteligência você vai ter coragem para desafiar o impossível. Através da sua inteligência, você vai aprender a se amar e se valorizar.

E é justamente isso que eu quero que você pratique esta semana.  Viu que sempre existe algo bom em cada uma de nós? Ah, não esqueci das três partes do seu corpo… divida comigo o que você selecionou.

Contato: raabevoce@yahoo.com

Projeto Raabe/Goiás em Ação

 

            Todos os meses nós realizamos eventos para aproximar mulheres que, por algum motivo, foram excluídas da sociedade e precisam de ajuda para continuar na caminhada da vida, deixando para trás marcas da violência.

            Em Junho foi realizado um evento em um bairro aqui na capital de Goiás. A expectativa era de encontrar muitas mulheres que precisassem de ajuda, e o resultado não foi diferente do que esperávamos.

            No começo elas se intimidam em falar sobre o assunto: a violência doméstica.  Com delicadeza, porém ousadas, olhamos nos olhos delas e mostramos que estamos ali para ajudá-las, e que não somos mais um a fazer um interrogatório sobre o seu passado; mostramos que somos diferentes e que podem confiar em nós.

            Teve um caso em que duas mulheres amigas procuraram o projeto, e diziam que era para uma vizinha delas, a qual sofria muito com as agressões do marido, porém não sabia como agir. Nós as orientamos quanto à violência, mas quando falei de um Deus que faz tudo novo e que apaga o passado, escrevendo uma nova história, foi inevitável que uma delas não começasse a chorar. As lágrimas escorreram no rosto dela, revelando quanto sofrimento e mágoa estavam ali, camuflados atrás de um pedido de ajuda para uma vizinha, um pedido de socorro.

            Queremos ajudar essas mulheres a romperem o silêncio, diz Andréa (Responsável do Projeto Raabe em Goiás) e para isso estamos indo ao encontro delas, concedendo sabedoria e revelando perfeita vontade de Deus para esse projeto. Primeiramente, antes de qualquer decisão, ensinamos a justiça de Deus, esclarecendo os seus direitos, mas também buscando meios da lei de proteção no caso a agressão.

Sexta-feira, 22 de junho de 2012

Parlamentar recebe grupo do Projeto Raabe

 

Na manhã da última terça-feira, 19/6, Gilmaci Santos, líder do PRB na Assembleia Legislativa de São Paulo, recebeu em seu gabinete representantes do projeto Raabe, criado por mulheres que querem abraçar a causa de outras mulheres que tem sofrido agressão física, moral, psicológica, sexual, patrimonial, recebido ameaças, sentido medo e que precisam de orientação.
O parlamentar parabenizou o trabalho do grupo e se colocou à disposição de todas. “Muitas mulheres tem sofrido caladas e para estas é fundamental encontrar em outra pessoa um ombro amigo”, disse o parlamentar que também se lembrou de dados do Anuário das Mulheres Brasileiras 2011, onde consta que o ambiente doméstico é cerca de três vezes mais perigoso para as mulheres do que para os homens.
A compilação mostrou que quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. No mês passado, o projeto Raabe visitou a Casa Eliana Grammont, um centro de referência que atende vítimas de violência de vários segmentos. O deputado também destacou que a mulher não pode se calar. “É fundamental que ao se sentir ameaçada, a mulher recorra à Central de Atendimento à Mulher, ligando para o número 180, serviço que atende queixas de violência doméstica contra a mulher”, disse. 

 

Raabe e Você/Capítulo 2

 Você é linda!

Semana passada eu contei um pouco do que aconteceu comigo quando tinha 13 anos de idade. Apesar de ser jovem, e dos profissionais da área dizerem que a recuperação de uma criança émuito mais rápida do que a de uma vitima em idade adulta, as marcas deixadas foram difíceis de esquecer.

Há os que dizem que essas marcas nunca saem, porém eu posso dizer que você encontrará forças para superá-las.  Eu encontrei! Mas vamos caminhando passo a passo nessa jornada;  não quero lhe fazer entender em uma semana o que me levou anos. Hoje queria falar sobre a primeira sensação que você tem, e talvez a mais duradoura: você se sente suja.

Parece um pouco rude, mas é exatamente isso. Não há banho ¾ ou lágrimas ¾ que tirem o nojo que você sente de si própria e a autor rejeição enorme que começa a crescer a partir daí.

Emocionalmente, você se sente humilhada e rebaixada –  é como se tivesse perdido o valor. Vale a pena continuar vivendo assim? Costumo dizer que há uma marca no calendário; a partir daquele dia você não viveu mais,  tem sido carregada pela vida. Você se sente feia, inadequada, frustrada e se proíbe de sonhar.

Quando tem coragem de se olhar no espelho, despreza o que vê. Aí começa o processo de autodestruição. Mas pare para pensar comigo: você é a mesma pessoa de antes do abuso. Não estou me referindo ao exterior, às marcas que você carrega, mas ao que está dentro de você.

Eu, hoje Raabe, sou a mesma menina que eu era antes de tudo ter acontecido. Eu tenho a mesmaalegria, carinho e beleza que tinha antes, porque o que aconteceu não foi escolha minha.

Ninguém escolhe ser molestado e brutalizado. Ora, então pare de se ver feia e desprezível: lá no fundo você é a mesma pessoa maravilhosa, cheia de vida, planos e sonhos que um dia teve. As circunstâncias lhe fizeram mudar, se fechar, se autodestruir, porém eu quero que esta semana você venha resgatar aquela criaturinha linda que vive dentro de você.

Permita-se pensar só por um pouquinho na menina/moça/mulher maravilhosa que vivia dentro de você. Ela ainda esta aí!

Estou a sua disposição.

Meu Contato: raabevoce@yahoo.com

Raabe e Você

QUEM SOU EU?

Não é fácil falar sobre abuso, ainda mais quando você foi vítima dele. A vontade é de passar uma borracha e apagar aqueles anos de sua vida. Por mais que você lute para esquecer, muitas vezes uma simples palavra, voz ou ate um odor trazem à sua mente, vividamente, o que se passou anos atrás.

Justamente porque passei por isso e muitas vezes achei que não fosse vencer esse monstro que ia e voltava em minha mente, é que hoje tenho como projeto de vida ajudar outras jovens e mulheres que passaram ou passam pelo mesmo que um dia vivi. Vou começar dividindo um pouquinho da minha história e a cada semana queria falar com você sobre as varias marcas que um abuso pode deixar em sua vida.

Já sei, você deve estar pensando que é preciso muita coragem para falar sobre isso, não é? Você está certa! Não é fácil para ninguém falar de experiências que machucaram, mas aprendi a fazer dessas experiências uma arma poderosa para ajudar você. Então, para mim se tornou fácil: as minhas experiências e de outras amigas que deram a volta por cima, vão ser um balsamo para você.

Vamos fazer um teste?

Nos encontraremos aqui todas as semanas.

Ah, esqueci de me apresentar: meu nome é Raabe. Fui molestada aos 13 anos de idade, e não somente uma vez. Como é comum, a pessoa que me fez isso era muito chegada à minha família. Estou à procura de outras Raabes que neste momento estão sufocadas pela dor, pela vergonha e pelos maus pensamentos. Se você é uma Raabe, então começamos aqui nossa jornada em busca de vencer o seu passado.

Meu Contato: raabevoce@yahoo.com.br

Meninas do Carandiru Recebem Visita da Cantora Sula Miranda

Mês passado foi motivo de alegria como todos os encontros mensais, onde o Projeto Raabe visita as meninas do Presídio Carandiru.

A convite do projeto a Cantora Sula Miranda, além de soltar a voz, contou um pouco da sua vida e como é importante estar na presença de Deus. Elas ficaram maravilhadas, muitas a conheciam pela mídia. Deixou uma palavra de esperança, buscou ouvi-las, abraçou-as e ali aproveitaram o momento onde, certamente, deixou uma boa lembrança.

Carlinda, acompanhada com o grupo de evangelização do Brás e as meninas do Grupo Ester, distribuiu o Livro do Perdão e kits de higiene. Tudo é necessário e usado, elas ficam agradecidas e buscam atentamente ouvir a palavra de Deus.

A cada encontro um relato, vivendo e aguardando um dia melhor, a vontade de logo esquecer uma escolha errada e seguir a vida de uma forma diferente.

Para participar desses encontros, elas têm que deixar, na semana, seus nomes para serem liberadas no sábado.  Passamos pelos pavilhões e vamos resgatando centenas de mulheres que ali estão. Desde jovens a senhoras; variadas nacionalidades, mas na fé todas se familiarizam com o nosso idioma.

Tudo é possível ao que crê e, assim, esses grupos que vão ao encontro das internas, no presídio, acreditam e deixam uma palavra de esperança, pois para mudar basta buscar o bom caminho e permitir um novo começo e uma nova história sem atitudes errôneas.

O Projeto se estende às famílias. As meninas Raabes e Ester sempre deixam um sinal de alerta quando há algum comentário de violência doméstica.

 

Projeto Leva Esperança

Logo ao chegar à sala cheia observamos olhos distraídos, mãos na boca, situações que vivem no cotidiano onde o ser humano tem perdido a dignidade de cuidar de um lar.

Infelizmente as pessoas têm maltratado a si mesmas; seja com insultos ou feridas na carne, o materialismo varia as formas de agressão que têm levado homens e mulheres a buscar a lei Maria da Penha, uma porta que encontraram para tentar mudar o rumo da violência.

Essa não seria, no fundo, o objetivo, pois quando conversamos vemos o sentimento ferido; raiva e amor misturados e confundindo ainda mais alguém perdido e sem direção.

É aí que atua o Projeto Raabe, passando uma palavra de vida, emprestado os ouvidos e tentando amenizar a dor insuportável; é nas necessidades uma orientação e a credibilidade dá margem a uma esperança de fé.

Quando buscamos saber quando tempo elas estão sofrendo com a situação muitas afirmam que isso ocorre há mais de 10 anos e a gota d’agua as fizeram buscar ajuda na delegacia da Mulher.

Pacientemente elas levam horas esperando; o atendimento da 7ª Delegacia é considerável, mas até ouvi-las atentamente e encaminhar cada caso gera, às vezes, a impaciência de algumas. E ali está o Projeto Raabe, incentivando para que não desistam.

Nessa segunda-feira, dia 02 de Junho, o grupo Ester acompanhou Carlinda onde participaram juntos deixando um convite para a próxima reunião no Brás, quinta dia 14 de Junho. Dentro da sala de espera estava o quadro do projeto passando, assim, credibilidade ao atendimento.

 As funcionárias se alegram com a nossa chegada e em alguns intervalos sempre se aproximam para conversar. Teresa é muito simpática e amorosa tanto com o grupo Raabe, quanto na sala de recepção. Ela não entende porque saímos de tão longe para estar ali, mas vê o cuidado, o respeito e o quanto abraçamos a causa.

A 7ª Delegacia fica em Itaquera e hoje o Projeto Raabe é um referencial de dinamismo, pois está ao lado de mulheres que lutam contra a violência doméstica, acreditando que tudo irá mudar.

Projeto Raabe e Grupo Ester Visitam Fundação Casa Fenix

               

Em comemoração ao dia das mães um dos grupos de evangelização do Brás convidou o Projeto Raabe para deixar uma mensagem, pois se tratando de violência tudo está contribuindo para abrir os olhos e resgatar a paz dentro dos lares. Dessa vez a visita foi no regime semi-aberto.

Fomos recebidas pela diretora que, junto com uma equipe profissional, trabalha reeducando para ajudar jovens que cometeram delitos. Por ser um regime semi-aberto, eles estudam, trabalham, à noite dormem na fundação e aos fins de semana visitam os pais.

 Fizemos a abertura juntamente com as voluntárias do grupo Ester, uma comunidade de meninas disciplinadas o qual tem participado de trabalhos sociais levando amor e carinho ao próximo. Tiveram oportunidade de conversar com as mães presentes. Falaram sobre o valor da família e a união mãe e filho;  a Dra. Rita (psicóloga voluntária do Raabe) fez uma dinâmica para que as mães com olhos vendados reconhecessem os filhos com o toque de pele. Todas descobriram e receberam um presente do grupo.

A AMC (Associação de Mulheres Cristãs) marcou presença oferecendo uma mesa de salgados e bolos, todos juntos participaram saboreando as iguarias deliciosas.

Uma peça de teatro fez os meninos refletirem, pois um grupo talentoso de jovens marcou esse dia levando a peça “Leilão de uma alma” mostrando como um adolescente pode fazer sua escolha, seja para o bem ou para o mal. No final, o resgate, mostrando o bom caminho a seguir.

O Sr. Geraldo (Cristão) fez uma oração para abençoar todas as famílias, funcionários e pessoas presentes.

Carlinda presenteou as mães com seu livro de poesias “Flor de Jabuticaba” abraçando e deixando uma mensagem para cada uma. Também o livro “A Mulher V” foi enviado.

Projeto Visita Casa Eliana de Grammont

EM 17/05/12, ESTIVEMOS NA CASA ELIANA DE GRAMMONT.  LOGO NA ENTRADA, UM CARTAZ COM O TÍTULO: “VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, NÃO !!!”

O grupo de profissionais do Projeto Raabe foi recebido por MARIA ELISA (Assistente Social) e sua estagiária Luiza.

 A CASA Eliana Grammont é um centro de referência que atende vítimas de violência de vários segmentos. Carlinda fez um resumo sobre o Projeto que age como um suporte de orientação e visitas às delegacias da Mulher para convidá-las as reuniões.

Elisa relata que a Casa Eliana de Grammont é fruto de um movimento Paulista Brasileiro. Na década de 70 o movimento feminista foi forte e conseguiu fazer uma pressão no judiciário (caso Leila Diniz, etc).

As amigas que já davam suportes às mulheres, observaram que não existia um poder publico para agilizar e atender os casos imediatos.

Na gestão da prefeita Erundina, ganhou força a favor das mulheres ( se declarou que não pensou em uma política específica, mas para todos os desamparados) ajudando e abrindo mais espaço em melhorias, apresentou serviços inovadores.

Primeiro lugar em serviço de Coordenação da Mulher foi a Casa Eliana de Grammont.

A Coordenadoria da Mulher construiu uma casa (Centro de referência em Direção a Mulher), com uma equipe técnica, capacitada, multidisciplinar, para orientar e fazer a emancipação de mulheres.

Defensorias públicas duas vezes na semana atendem na casa, oficina de dança, teatro para fortalecimento delas. A Casa de Grammont atende desde 9 de Março de 1990.

Elas trabalham em rede, que encaminha as pessoas. São feitos de dez a vinte atendimentos diários com hora marcada. Situações de risco têm atendimento imediato.

O Projeto foi bem recebido e aceito. Todas participaram em uma conversa agradável e de aprendizado. Carlinda, Rita, Néia, Jandira e Débora saíram agradecidas, ficando em aberto quando se precisar do acolhimento de alguma vitima.                                Esquerda:  Rita, Maria Elisa, Néia, Carlinda, Jandira, Débora e Luiza

A cada duas horas, uma mulher é assasinada no Brasil

A cada duas horas, uma mulher é morta no Brasil. Na maioria dos casos, o assassino é o namorado, marido ou ex-companheiro, que mata dentro de casa, após já ter cometido pelo menos um ato de agressão. Os dados constam do Mapa da Violência de 2012 – Homicídio de Mulheres e mostram que, em uma lista de 87 países, o Brasil é o sétimo que mais mata. Em 2010, foram 4.297 casos ou 4,4 assassinatos por 100 mil habitantes.

Na comparação por faixa populacional, o Espírito Santo é o primeiro do ranking. Com taxa de 9,4 mortes, representa o dobro da média brasileira e o triplo do índice de São Paulo, o penúltimo da lista. O Estado do Piauí é o menos violento, de acordo com o estudo elaborado pelo sociólogo Julio Jacobo, com base nos dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

No mapa das capitais, as Regiões Norte e Nordeste são as mais problemáticas. Porto Velho, Rio Branco, Manaus e Boa Vista, por exemplo, têm mais de dez mortes por grupo de 100 mil habitantes. Na contramão, Brasília registra 1,7. Mas, seja qual for a região, as principais vítimas são, normalmente, mulheres de 20 a 29 anos.

A pesquisa é a primeira a registrar estatísticas regionais e, por isso, pode representar um marco na definição de políticas públicas. “Quando o assunto é violência contra a mulher, não existe uma fórmula pronta. Por isso, é importante conhecer as realidades locais, para trabalhar cada particularidade, especialmente as culturais. Muitas toleram uma agressão em ‘nome da honra’, por exemplo. De toda forma, qualquer que seja o trabalho, ele deve contar com a força policial. Foi assim que o Piauí se destacou”, diz Jacobo.

Diferentemente do cenário de violência masculina, a agressão contra a mulher dificilmente acontece no bar ou no local de trabalho, mas na residência, nas ruas ou mesmo na escola. Ainda segundo o estudo, o agressor usa, em 53,9% dos casos, armas de fogo.

Vamos Aprender lidar com essa situação busquem ajuda em nossas reuniões do Projeto Raabe.

O Estado de S. Paulo, 08-05-2012.